A mobilização em favor do tombamento do Moinho Covolan vive dias decisivos. Secretária da Cultura do Estado, Beatriz Araujo esteve em Farroupilha na última sexta e visitou a Prefeitura e a edificação histórica (foto acima, de Rafael Varela). No Executivo foi recebida pelo vice Jonas Tomazini, que também responde interinamente pela pasta de Turismo e Cultura, pelo diretor do Departamento de Valorização e Incentivo à Cultura, Edson Luiz Paesi, e pelo secretário de Gestão e Desenvolvimento Humano, Rafael Colloda. No Moinho, Beatriz foi recebida por integrantes da Associação Cultural Moinho Covolan, que luta pela preservação do patrimônio histórico. Ouviu de ambas as frentes o interesse no tombamento do prédio.
A edificação está vinculada à Família Covolan, uma das primeiras a virem da Itália, no início da imigração, em 1876. O patriarca Antônio Covolan se mudou para Farroupilha com a chegada do trem, adquiriu um terreno e iniciou as atividades do Moinho, uma construção de madeira e com energia gerada por máquina a vapor. A aquisição de um motor de 100KWA, da Companhia Força e Luz, em Montenegro, movido a gasogênio, maquinário importado da alemã Dresden, com moagem a cilindro, permitiu o aumento da capacidade produtiva, tornando o empreendimento pioneiro à época, já que, além de produzir sua própria energia, fornecia para o município.
O Moinho encerrou as atividades em 1980 e a partir de 1999 passou a ser revitalizado pela Família Covolan. O local ganhou diversas intervenções artísticas, mas sempre mantendo preservada suas características originais, de referências do pós-modernismo e Art Déco. Hoje o Moinho é um espaço para eventos que, com o passar do tempo, foi transformado em um Centro Cultural, com café, museu, além de um local para festas realizadas pelo Muinho Club. Sem acordo entre os 16 herdeiros, um leilão está previsto para ocorrer nesta quinta, mas independente do resultado dele, as questões sobre o tombamento seguem tramitando, tanto na esfera municipal quanto na estadual.